Capítulo I

Parecia que eu nunca tinha viajado antes, a ansiedade me tomava por inteira. O relógio ainda marca 7:45 h, ainda tenho um tempo, e já estou com tudo pronto? Como assim? Eu, Manoela, com tudo pronto? Ai meu Deus, não é possível que eu esqueci do mais importante, meu cabelo, é lógico! Peguei a primeira roupa que vi pela frente e tratei logo de sair de casa, tinha marcado às 8 horas.

Como eu amo esse salão, eles conseguem me deixar com o cabelo e com a maquiagem mais perfeita do mundo, em tão pouco tempo, isso é quase surpreendente, levando em consideração que pra mim, ser perfeita não é muito difícil.

Minha mãe e meu pai já me esperavam no estacionamento, com todas as malas no carro, o vôo sairia em menos de uma hora, e ainda tínhamos que ajeitar as coisas no aeroporto. No carro uma música boa tocava, deveria ser algo bem antigo que eu não saberia dizer o nome, mas hoje, qualquer coisa soava bem, até o silêncio que eu tanto odeio! Mas essa, ah, essa tem que ser A VIAGEM!

Seria incrivelmente bom poder dormir sem alguém socando a porta do seu quarto, ou se pelo menos, se eu pudesse não ouvir enquanto durmo, é, mas isso não acontece e eu tenho mesmo que ouvir minha mãe gritando do outro lado da porta!

_ Acorda, Felipe! Anda, menino, senão você fica pra trás. – ela berrava do outro lado.

_ Calma mãe, calma. Daqui há pouco eu levanto. – gritei ainda deitado.

_ Você sabe quantas horas são? – ela continuou _ Nós não vamos perder o vôo por sua causa.

Vôo?

Olhei o relógio e já eram quase 8 horas, eu ainda não tinha nada pronto, e não fazia idéia do que levaria.

Desespero!

Levantei da cama em um impulso, o que me causou uma certa tontura, peguei a primeira mala que vi na frente , abri o armário e fui pegando tudo possível, em menos de 5 minutos, minha mala estava lotada, não sei se tudo que tinha ali era útil, mas tinha bastante coisa!

Entrei no banheiro e tomei um banho não tão rápido assim, ainda precisava despertar.

_Já está de pé, querido? – Minha mãe batia na porta do quarto. Com a água do chuveiro caindo em cima de mim, era complicado ouvir perfeitamente o que ela dizia. Desliguei a água e me enrolei em uma toalha.

_Já estou quase pronto, mãe. – eu dizia enquanto abria a porta, assustando-a.

_ E sua mala? – ela me fitou, não muito crente com o que via.

_Pronta. – apontei para mala em cima da cama desarrumada.

_Muito bem, desça para tomar seu café. – ela deu de ombros. – em poucos minutos partiremos.

Voltei para dentro do quarto e vesti a primeira roupa limpa que vi. Tanto faz a roupa que eu viajo, provavelmente não vai ter nenhuma menina bonita pelo caminho. Mas lá eu vou causar, essa tem que ser A VIAGEM!